Campo de Trabalho Internacional intervém no Monumento Natural Local da Ribeira de Anha para travar espécies invasoras

Setembro 1, 2020
Campo de Trabalho Internacional intervém no Monumento Natural Local da Ribeira de Anha para travar espécies invasoras

A Câmara Municipal de Viana do Castelo promove entre 31 de agosto e 3 de setembro, um Campo de Trabalho Internacional “que prevê o controlo de espécies exóticas invasoras no Monumento Natural Local da Ribeira de Anha”.

A iniciativa Campo de Trabalho Internacional – Transition Portugal, da Associação Juvenil de Deão (AJD), conta com a colaboração da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Vila Nova de Anha, envolvendo cerca de 20 voluntários de Portugal, Itália, Brasil e Argentina.

Esta iniciativa “prevê ações de controlo de espécies exóticas com comportamento invasor em prol da promoção da biodiversidade e sustentabilidade dos ecossistemas locais”.

A autarquia informou que a área a intervencionar, o Monumento Natural Local da Ribeira de Anha, “é uma das áreas que irá beneficiar da intervenção financiada pelo POSEUR – Recuperação Ecológica de Áreas Classificadas de Viana do Castelo – no valor aproximado de 500 mil euros, e da intervenção protocolada recentemente com a Junta Regional do Corpo Nacional de Escutas de Viana do Castelo, para o mesmo fim”.

“As intervenções em curso e projetadas garantirão no final de 2021 a costa de Viana do Castelo livre de vegetação exótica, permitindo o recrudescimento da vegetação nativa”, disse a Câmara de Viana.

O Monumento Natural Local da Ribeira de Anha corresponde à área envolvente à foz da ribeira de Anha com cerca de 41 ha.

Esta área apresenta “elevado interesse científico, associado à preservação de importantes indícios geomorfológicos e estratigráficos”.

No geossítio está presente um depósito conglomerático clasto-suportado, que se deduz, pela relação estratigráfica, posição altimétrica e fácies, constituir o resto de uma praia de seixos do último período interglaciar (125 mil anos).

Este é, até ao momento, registo sedimentar único do Eemiano na costa de Viana do Castelo, a sul do rio Lima.

No monumento, o testemunho litostratigráfico em conjunto com as plataformas costeiras do último período interglaciar posicionam-se até cerca de 1 metro abaixo dos mesmos registos verificados a norte do rio Lima.

Neste sentido, estima-se que a atividade inversa da Falha do Lima terá provocado o levantamento do setor norte do concelho nos últimos 125 mil anos a uma taxa média de 0,008 milímetros por ano.

O penúltimo período interglaciar (245 mil anos) está representado no monumento sob a forma de geoformas de dinâmica costeira, nomeadamente sapas e marmitas.

As pias salineiras de idade pré-romana também surgem neste local.

Fonte: Alto Minho TV