Viana do castelo: parque da cidade abriu hoje ao público
O Parque Ecológico Urbano de Viana do Castelo abriu ao público este sábado, Dia Mundial do Ambiente, após 13 anos de sucessivos adiamentos.
A Câmara de Viana do Castelo informou que “o espaço com cerca de 20 hectares estará aberto entre as 08:00 e as 20:00 de terça-feira a domingo”.
“A lotação máxima de utilizadores em simultâneo é de 300 pessoas, por forma a cumprir as normas da Direção Geral da Saúde (DGS) e a capacidade de carga daquele ecossistema”, refere a autarquia na publicação.
O Parque Ecológico Urbano de Viana do Castelo (PEUVC) foi inaugurado em março de 2008 e, desde então, recebe apenas visitas guiadas para grupos, restrição contestada há anos, quer pelos partidos da oposição quer pela população local.
Situado junto ao rio Lima, na zona da caldeira de marés das antigas Azenhas Dom Prior, aquele parque é uma das obras emblemáticas do Programa Polis, que investiu dois milhões de euros na recuperação daquela área.
O regulamento do espaço foi aprovado em 2020.
O PEUVC “é um espaço dedicado ao recreio e lazer, e a atividades de educação ambiental, e de investigação científica e conservação da natureza, integrado no Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA)”.
O regulamento refere que o espaço funcionará “de terça-feira a domingo”.
Naquele documento, a autarquia da capital de distrito define que o acesso ao PEUVC “poderá estar sujeito ao pagamento de uma tarifa cujo valor é fixado pela Câmara.
Os utilizadores “poderão ser distinguidos por categorias, entre elas a de Público, Amigo do Parque ou de Empresa Amiga, destinada a todas as entidades coletivas que contribuam com um donativo ou que patrocinem atividades, eventos específicos ou ações de melhoria do PEUVC”.
É ainda criada a figura do “Benfeitor” do PEUVC, para distinguir “toda a pessoa singular que contribuir com um donativo”.
O PEUVC integra a Rede Portuguesa de Estações da Biodiversidade e é o primeiro Parque de Halófitas em Portugal.
Recebeu o Prémio Nacional de Arquitetura Paisagista, na categoria de Parques e Jardins, em 2009, cujo projeto é da autoria da arquiteta Ana Barroco.
Em 2011, recebeu uma menção honrosa na categoria de Melhor Serviço de Extensão Cultural dos Prémios APOM 2011, atribuídos pela Associação Portuguesa de Museologia.
Apresentação do I Congresso Internacional de Equinologia e Turismo Equestre
A Câmara Municipal de Viana do Castelo apresenta, no próximo dia 05 de junho, às 18 horas, no Paço de Lanheses, o I Congresso Internacional de Equinologia e Turismo Equestre e lança, em simultâneo, as Atas dos Seminários do Projeto Percursos do Homem e do Garrano. O evento contará com a presença de Carlos Pereira da Universidade Sobornne Nouvelle, dos autarcas de Viana do Castelo, Caminha e Ponte de Lima e integra um painel moderado pelo jornalista Abel Coentrão sob o tema “Garrano: apostar no cavalo certo”.
Na sessão, será assim apresentado o I Congresso Internacional de Equinologia e Turismo Equestre, que constitui um marco decisivo na consolidação da Equinologia enquanto verdadeira ciência dos equídeos, promovendo o fortalecimento das redes de investigação e dos espaços de comunicação transdisciplinar. De sublinhar que Viana do Castelo e o Alto Minho se posicionam, assim, como territórios de investigação e conhecimento sobre equinos, potenciando a preservação e valorização dos espaços de montanha onde habitam as manadas do último cavalo selvagem da Europa: o garrano.
O Congresso, a decorrer entre 01 e 03 de Julho, pretende acolher, agregar e incentivar uma rede de investigação científica internacional e, a partir desta, consolidar um destino equestre alicerçado na ciência, no conhecimento e no património é a fórmula inédita do Município de Viana do Castelo, líder nacional da promoção do turismo científico.Promovido pelo Município de Viana do Castelo, ao abrigo do projeto Vilas e Aldeias Equestres entre Arga e Lima, cofinanciado pelo Turismo de Portugal, conta com o apoio dos Municípios de Caminha e Ponte de Lima, parceiros deste projeto, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo e da Entidade Regional de Turismo Porto e Norte. A sua Comissão Científica integra investigadores filiados em 9 universidades, de quatro países distintos, Portugal, Espanha, França e Japão, nomeadamente a Universidade do Minho, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Universidade de Santiago de Compostela, a Universidade A Coruña, a Universidade de Valencia, a Universidade de Sorbonne Nouvelle, a Universidade de Paris VIII e a Universidade de Quioto.
Este evento científico de expressão internacional contará com a intervenção de mais de duas dezenas de investigadores que lideram trabalhos pioneiros no estudo, conservação e valorização de equinos e das suas relações ecossistémicas e culturais. O fortalecimento da dinâmica científica internacional de estudo dos equídeos é fundamental para promover a conservação de espécies equinas ameaçadas, assim como para inspirar e orientar políticas locais, regionais, nacionais e internacionais. O programa científico alicerça-se em cinco eixos principais: i. Ecologia e etologia de equídeos (cavalos, burros, zebras, híbridos, cavalo Przewalski); ii. Linguagem, inteligência e cognição de equídeos; iii. Interações humanas e equinas; iv. Património equestre material e imaterial; v. Equinos, turismo e desenvolvimento.
Também no dia 5 de junho, serão apresentadas as Atas que consubstanciam os resultados dos dois seminários organizados em 2017 e 2018, ao abrigo do projeto Percursos do Homem e do Garrano. Atendendo ao inegável valor dos contributos apresentados nestes encontros, o Município de Viana do Castelo decidiu torná-los acessíveis a todos quantos se interessam pelo estudo do garrano do ponto de vista genético, ecossistémico e histórico-cultural.
Esta obra constitui uma referência para a compreensão da expressão ambiental e etnográfica da presença do garrano nos sistemas montanhosos do noroeste ibérico, integrando temáticas tão diversas como o comportamento e as relações ecológicas dos garranos semisselvagens, o que nos desvendam os equídeos inscritos em gravuras rupestres no território do Alto Minho, a importância cultural da equitação de tradição portuguesa e os desafios de conservação e valorização da raça garrana como património ambiental e cultural.
Câmara Municipal e Junta de Vila de Punhe inauguram Portas do Neiva do Aspirante UNESCO Geoparque Viana do Castelo
O executivo municipal inaugurou a Porta do Neiva do Geoparque de Viana do Castelo, um dos três centros de acolhimento turístico-educativo e vocacionado para a valorização do património identitário da margem esquerda do Rio Lima. Situada em Vila de Punhe, a Porta do Neiva tem como tema “Do Mel ao Caulino” e foi alvo de uma candidatura ao Programa Operacional Norte 2020 a cargo da Junta de Freguesia de Vila de Punhe.
A Porta do Neiva do Aspirante UNESCO Geoparque Viana do Castelo representa um investimento de 65 mil euros e permite aos visitantes conhecer os sítios da geodiversidade do Vale do Neiva, como os troncos fósseis de Juniperoxylon pachyderma, e as áreas classificadas locais, nomeadamente os monumentos naturais, a Zona Especial de Conservação da Rede NATURA2000 Litoral Norte e os arqueossítios, como o Castro de Roques.
Para além da promoção do património identitário da margem esquerda da Ribeira Lima, a Porta pretende ainda incentivar à visitação do restante território – Geoparque, reforçando ao turismo sustentável, e sensibilizar à importância na proteção e conservação dos elementos naturais, e culturais classificados.
Na Porta do Neiva está patente o tema do Mel ao Caulino, suportado numa área de exposição interativa com cerca de 70 m2 e um programa educativo articulado com os agrupamentos escolares através das Equipas Promotoras para a Diferenciação e a Flexibilidade Curricular, um projeto pioneiro da Câmara Municipal de Viana do Castelo.
A Porta do Neiva será portanto um equipamento para promoção da identidade do Vale do Neiva e de Viana do Castelo, e para a valorização dos produtos endógenos do Vale do Neiva, como o Mel da área apícola com maior tradição e implantação no concelho de Viana do Castelo, onde são reconhecidas são conhecidas importantes manchas de flora melífera (Alnus sp., Betula sp., Castanea sp., Eucalyptus sp., Ilex sp., Pinus sp., Quercus sp., Salix sp., entre outras) e o Caulino (e outros inertes) que são o resultado de uma história geológica única e complexa (Formação de Alvarães) com elevado impacto socioeconómico (ex. produção de telha, faianças e porcelana).
De referir que o Geoparque Viana do Castelo é reconhecido desde setembro de 2017 pelo Fórum Português de Geoparques da UNESCO como membro aspirante à rede mundial de geoparques da UNESCO. A missão do Aspirante UNESCO Geoparque Viana do Castelo é garantir a proteção e conservação do património natural e cultural, com ênfase no património geológico e no seu interesse geocultural, promovendo a sua efetiva valorização educativa e turística.
O Geoparque Viana do Castelo integra três Portas, que constituem a Rede de Portas do Geoparque de Viana do Castelo, cada qual representativa de um setor-território e destinadas à sua divulgação e promoção: (1) a Porta do Atlântico – Observatório do Litoral Norte, responsável pela valorização do setor costeiro de Viana do Castelo; (2) a Porta do Neiva – Museu do Mel e do Caulino, responsável pela valorização do setor marginal-sul do rio Lima e (3) a Porta das Argas – Museu do Património Mineiro das Argas, responsável pela valorização do setor marginal-norte do rio Lima.
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Autarquia inaugura 8º laboratório da Rede Escolar de Ciência em colaboração com Agrupamento de Escolas de Santa Maria Maior
A Câmara Municipal de Viana do Castelo inaugurou ontem o Laboratório de Propagação Vegetal de Espécies Nativas, o 8º laboratório da Rede Escolar de Ciência e de Apoio à Investigação Científica, instalado na Escola EB2,3 Frei Bartolomeu dos Mártires. O laboratório conta também com a primeira Jardineira Escolar do concelho.
Esta é uma unidade destinada à produção de espécies nativas de porte arbóreo, como o Carvalho, o Medronheiro, o Pinheiro ou o Salgueiro, mas também outras do estrato arbustivo como a Armeria pubigera, planta endémica da costa noroeste da Península Ibérica e que está classificada como vulnerável no Livro Vermelho da Flora Vascular Portuguesa.
Segundo o Vereador do Ambiente do Município, Ricardo Carvalhido, este Laboratório é cumulativamente uma unidade de promoção da educação e da literacia em ambiente escolar, para a conservação da natureza, mas também uma estrutura funcional de retaguarda ao programa de Recuperação Ecológica de Áreas Classificadas de Viana do Castelo, em curso, que está a erradicar a vegetação exótica invasora, substituindo-a por vegetação nativa.
Prevendo-se a produção anual de 10 a 15 mil plantas que irão renaturalizar os 13 Santuários da Natureza e da Cultura de Viana do Castelo, o Laboratório de Propagação Vegetal de Espécies Nativas contará com a presença diária da Jardineira Escolar, que ficará responsável pela dinamização do projeto educativo daquele laboratório.
Este documento fundacional, que está a ser elaborado numa colaboração entre o Agrupamento de Escolas de Santa Maria Maior, o Gabinete Florestal, o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental e o Gabinete de Gestão de Áreas Classificadas da Câmara Municipal, pretende estabelecer a educação para a conservação dos solos enquanto recurso natural patrimonial e insubstituível, e das espécies vegetais nativas, cuja conservação, para além da garantia do fundo genético autóctone, é também essencial para a conservação da fauna e uma garantia de ecossistemas equilibrados.
O Presidente da Câmara Municipal, José Maria Costa, relembrou que este é o 8º laboratório daquela que é a primeira Rede Escolar de Ciência e de Apoio à Investigação Científica do país e que envolveu desde 2018, 320 turmas, mais de 7.500 alunos e 520 professores.
A Rede Escolar de Ciência já permitiu a realização de 150 atividades laboratoriais e mais de 160 saídas de campo, que implicaram mais de 10 mil kms de distância percorrida em autocarros disponibilizados pelo Município.
A Rede Escolar de Ciência e de Apoio à Investigação Científica é constituída por 7 unidades laboratoriais instaladas nas escolas sede de agrupamento: Laboratório de processamento de amostras em sedimentologia, Laboratório de sondagem mecânica e geofísica, Laboratório de Comunicação de Ciência, Laboratório de processamento de amostras em petrologia, Laboratório de Microscopia e Petrografia, Laboratório de Fotogrametria e Laboratório da Memória.
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Montaria acolheu Seminário que valoriza Garrano enquanto produto de turismo equestre
A Câmara Municipal de Viana do Castelo promoveu, ontem, na freguesia da Montaria, o seminário “O Garrano é inteligente Seminário de Equinologia e Turismo Equestre?”, que contou com a colaboração de especialistas nacionais e internacionais.
Este encontro realizou-se no âmbito dos projetos de investigação científica internacional sobre equinologia, linguagem, cognição e interações, em desenvolvimento em Viana do Castelo, assentes na observação dos garranos que habitam na Serra d’Arga em regime semisselvagem.
O programa do seminário integrou dois painéis que abordaram temáticas como a escola no território do garrano, a equinologia, a linguagem, a cognição, as interações Homem-Cavalo, o turismo científico e o turismo equestre, abrindo novos caminhos de valorização do Garrano. Pretendeu-se, assim, disponibilizar todo o conhecimento sobre o Garrano, enquanto património natural e cultural, resultante destes projetos, aos agrupamentos escolares do Município, visando o enriquecimento dos currículos do ensino básico e secundário, no âmbito dos projetos de diferenciação e flexibilidade curricular.
Na sessão de encerramento, o Presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, valorizou este produto de turismo equestre da Serra d’Arga, informando os presentes que o próximo vídeo publicitário da entidade regional terá uma referência ao garrano.
Recorde-se que estes estudos sobre os garranos se iniciaram em 2015 por investigadores das universidades de Kyoto e Paris Sorbonne Nouvelle, entidades com as quais a Câmara Municipal de Viana do Castelo celebrou um primeiro protocolo de colaboração em 2016.
No sentido de dar continuidade a essas investigações e aprofundar o desenvolvimento de uma nova ciência, a equinologia, foi celebrado no dia 21 de janeiro deste ano um novo protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal, a Junta de freguesia de Montaria, o Instituto do Cavalo e da Equitação Portuguesa e a associação O caminho do Garrano. Os objetivos deste protocolo são a criação do primeiro Laboratório Internacional de Investigação em Equinologia, com sede em Viana do Castelo. Em paralelo, pretende-se assegurar uma estratégia de consolidação do destino equestre no território através da execução de um novo projeto de turismo designado Vilas e Aldeias Equestres entre Arga e Lima, que resulta de uma candidatura apresentada ao Turismo de Portugal, numa parceria entre os municípios de Viana do Castelo, Ponte de Lima e Caminha e cujo epicentro é a Serra d’Arga.
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Câmara Municipal lança APP e sítio da internet do programa Geoparque Viana do Castelo
A Câmara Municipal de Viana do Castelo lançou hoje a APP e sítio da internet do programa Geoparque Viana do Castelo, uma iniciativa de Smart Tourism e Smart Education que conjuga a proteção e conservação do património, a educação, o turismo e a tecnologia.
O Geoparque Viana do Castelo passa, assim, a estar oficialmente pronto para acolher turistas, no culminar do projeto promovido pelo Município que dotou o território de condições inovadoras e tecnológicas para a conservação e fruição turística do património geológico diferenciado deste território. É também uma ferramenta dedicada a robustecer o trabalho de flexibilidade dos professores dos nossos agrupamentos escolares.
A APP Geoparque Viana do Castelo pode ser descarregada gratuitamente através da APPStore (durante esta semana é lançada a versão para dispositivos móveis Android), permitindo ao utilizador conhecer a localização dos vários elementos patrimoniais, nomeadamente os Monumentos Naturais, as Zonas Especiais de Conservação da Rede Natura2000, os Sítios da Memória, os Arqueossítios e a Viana Subaquática.
É também facilitada informação textual, fotografias panorâmicas e em 3D, vídeos informativos, e também um planeador para apoiar o utilizador quanto às atividades que pode desenvolver, onde comer e onde dormir.
A APP dispõe ainda de um módulo de Realidade Aumentada, que permite ao visitante observar a paisagem envolvente com a câmara do seu telefone e, durante essa utilização, ser informado do que está a observar. Por outro lado, o mecanismo de geofencing permite quantificar o tempo em que o utilizador passa junto de um determinado recurso que, complementado com a funcionalidade de avaliação da visita, permite recolher fortes ‘inputs’ para a medição do interesse turístico dos recursos que integram o Geoparque. O sítio da Internet, que conjuga várias destas valências, pode ser acedido a partir de www.geoparquelitoralviana.pt
O Município passa, segundo o Vereador do Ambiente, Ricardo Carvalhido, a dispor de um novo produto turístico e educativo que soube compatibilizar as tendências de Smart Destination e Smart Education com as oportunidades trazidas pelas Tecnologias da Informação.
Este projeto conta já com 15 anos de desenvolvimento e com a colaboração de diversas instituições e personalidades. Destaca-se o papel das 27 Juntas e Uniões de Freguesia e dos 7 agrupamentos de escolas de Viana do Castelo, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo e de outras instituições de ensino superior (Universidade do Minho, CIIMAR-UP, Universidade de Coimbra, MARE), do Fórum Português de Geoparques da UNESCO, da Associação Empresarial de Viana do Castelo e dos técnicos municipais.
Esta aplicação pretende assumir-se como uma oferta turística diferenciadora, que provoque emoções positivas no público e que o fidelize. Pretende também contribuir para que os professores tenham as melhores condições para ensinar através de estratégias diferenciadoras e em flexibilidade curricular, assente no nosso património identitário, complementando todo o caminho que tem sido trilhado nos últimos 4 anos, com a criação de dois ícones nacionais – a Rede Escolar de Ciência e as Equipas de Diferenciação e Flexibilidade Curricular de Agrupamento.
Recorde-se que o Geoparque Litoral de Viana do Castelo estende-se por mais de 320 km2 e é reconhecido, desde setembro de 2017, pelo Fórum Português de Geoparques da UNESCO como membro aspirante à rede mundial. O programa já decorre desde 2005, com o desenvolvimento de um extenso trabalho de inventariação e classificação dos recursos patrimoniais, que decorreu por 7 anos, do trabalho de classificação legal dos 13 monumentos naturais (2012-2018) e da valorização e densificação das ferramentas dedicadas aos Agrupamentos Escolares – Rede Escolar de Ciência e as Equipas de Promotoras da Diferenciação e Flexibilidade Curricular.
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Viana do Castelo cria banco com baldios para “anular” emissões de carbono de empresas
A Câmara de Viana do Castelo está a implementar um Banco de Carbono dos Baldios, considerado uma “estrutura pioneira no país” que pretende “descarbonizar a atividade industrial das empresas instaladas nos parques empresariais do concelho”.
“Viana do Castelo tem um tecido empresarial ativo e em franco crescimento. E sabemos que o crescimento empresarial tem impacto na atmosfera, através da emissão de gases, alguns com potente efeito de estufa, induzindo o aquecimento do ar. As empresas conhecem essas produções, nomeadamente de dióxido de carbono, um dos gases de estufa, e estão empenhadas em garantir a neutralidade em termos de libertação de carbono para a atmosfera. Como se consegue isso? Plantando”, explicou hoje à Lusa o vereador do Ambiente e Biodiversidade.
Contactado pela Lusa a propósito de uma nota hoje divulgada à imprensa pela autarquia da capital do Alto Minho, Ricardo Carvalhido explicou que “as árvores, as rochas carbonatadas do fundo oceânico e os animais marinhos de concha são os sumidouros de carbono do planeta”.
“Retém este gás, retirando-o do ar. Portanto, estamos a criar uma bolsa de carbono nos baldios que permitirá às empresas sediadas nas nossas áreas empresariais e outras instituições anularem as emissões de carbono que libertam em resultado da sua atividade que também é necessária”, destacou.
O novo projeto “nasce de uma parceria entre os pelouros do Ambiente, de Ricardo Carvalhido, e do Desenvolvimento Económico, de Luís Nobre, a Comissão de Baldios e o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC)”.
Segundo Ricardo Carvalhido, “neste momento os 13 órgãos de gestão (nove conselhos diretivos de baldios e quatro juntas de freguesia) já estão a identificar as áreas que constituirão o fundo de carbono”.
“A segunda etapa que iniciaremos logo de seguida é a tipificação ou caracterização dessas áreas e das necessidades que implicarão o seu uso. Queremos perceber se essas áreas estão ocupadas por vegetação exótica que é necessário erradicar, se são áreas que não tem vegetação, mas que requerem preparação de terreno, ou se são áreas que precisam de criação de acessos”, especificou.
Segundo Ricardo Carvalhido, o trabalho atualmente em curso pretende “identificar os espaços elegíveis para posterior caracterização”.
“Estes dois passos é que criam formalmente o Banco de Carbono dos Baldios, em linha com o Roteiro para a Neutralidade Carbónica da economia portuguesa 2050, lançado pelo Governo”, adiantou.
Aquele roteiro “visa atingir a neutralidade carbónica em 2050 através do reforço da capacidade de sequestro de carbono pelas florestas e por outros usos do solo”.
“A implementação desta estratégia, no entender da Câmara Municipal, e aliada às áreas baldias do concelho, poderá constituir-se, de futuro e com a cimentação de regras e princípios, como um dos elementos do mercado voluntário de carbono do país e contribuir decisivamente para a alteração do perfil ecológico da floresta, incrementando o seu valor genético e dos ecossistemas, e a redução dos incêndios florestais”, sustenta a nota hoje divulgada pela autarquia.
A Comissão Municipal de Baldios de Viana do Castelo iniciou funções em março de 2019, por altura do Ano Municipal para a Recuperação da Floresta Nativa Portuguesa, reunindo trimestralmente.
Lançado primeiro tomo dos Cadernos de Ambiente e Biodiversidade de Viana do Castelo
Foi ontem lançado o primeiro tomo dos Cadernos de Ambiente e Biodiversidade de Viana do Castelo. Segundo o Vereador do Ambiente, Ricardo Carvalhido, esta nova publicação municipal constitui um novo instrumento da Câmara Municipal que tem por principal objetivo criar proximidade entre as equipas técnicas municipais e o cidadão, e constituir-se como um veículo promotor da educação e da literacia nos temas da Natureza, tendo em vista a sua proteção e conservação, e a manutenção dos serviços dos ecossistemas essenciais à vida.
Nesta primeiro tomo é abordada a temática das Invasões Biológicas Vegetais, são apresentadas as espécies consideradas nesta categoria e que mais afetam Viana do Castelo, e apresentadas as metodologias adequadas à sua erradicação e controlo. Por último, é apresentada a ferramenta BioRegisto e explicada de que forma podem os munícipes ajudar a monitorizar a progressão dos fenómenos da invasão.
Importa lembrar que é amanhã, dia 25 de março, que é lançado o Desafio BioRegisto Florestas pelo que a consulta do tomo das Invasões Vegetais Biológicas é essencial para a aquisição de boas fotografias, livres de exóticas, sendo que também estão disponíveis dicas de como utilizar a aplicação BioRegisto.
Os Cadernos de Ambiente e Biodiversidade são gratuitos e podem ser descarregados através do Laboratório da Memória que se encontra em www.redeescolardeciencia.pt
Recorde-se que Viana do Castelo tem em curso a implementação da estratégia de conservação da natureza, elemento estruturante da Agenda de Ambiente e Biodiversidade para o quadriénio 2017-2021.
Viana do Castelo lança programa Árvores da Memória para classificar exemplares de interesse municipal
A Câmara de Viana do Castelo lançou o programa Árvores da Memória dirigido aos agrupamentos escolares e ao público em geral, que visa à classificação dos exemplares espalhados pelo concelho, como Arvoredo de Interesse Municipal.
“Esta classificação permitirá a identificação e a caracterização do valor natural e cultural do arvoredo municipal de Viana do Castelo, o seu reconhecimento público, bem como a definição de estratégias de proteção e conservação, incluindo medidas fitossanitárias e de mitigação desse risco, mas também oportunidades de valorização educativa e turística desses elementos”, disse à Lusa o vereador do Ambiente e da Biodiversidade.
Para garantir “a participação dos agrupamentos escolares e do público na identificação de exemplares ou conjuntos arbóreos, a Câmara Municipal criou o um sítio na Internet (www.arvoresdamemoriaviana.pt), disponibilizado esta quarta-feira e a partir do qual, através do telemóvel ou do computador, é possível referenciar”.
Segundo Ricardo Carvalhido, aquele programa, lançado no âmbito da II Semana da Floresta, que a autarquia está a promover até sexta-feira, surge na sequência de “um primeiro trabalho realizado juntamente com as 27 Juntas e Uniões de Freguesia, em que foram inventariados 92 exemplares e conjuntos arbóreos”.
“Com o programa Árvores da Memória, alargamos este exercício, que queremos coletivo e participado, aos agrupamentos escolares e ao público em geral”, destacou Ricardo Carvalhido.
Segundo aquele responsável, o objetivo passa por “identificar árvores que se distingam de outras da sua espécie pelo porte, desenho, idade e raridade, ou que tenham interesse paisagístico, ou aquelas cuja vida esteja interligada com acontecimentos da história das pessoas e dos lugares”.
“Depois de termos essa lista elaborada, os serviços da Câmara Municipal irão analisar cuidadosamente cada uma das candidatas e selecionar quais poderão ser consideradas Arvoredo de Interesse Municipal”, especificou.
“Os elementos inventariados serão sujeitos a avaliação do seu valor, tarefa essencial à decisão (ou não) da sua classificação. Para estas tarefas requer-se a elaboração do Regulamento de Arvoredo de Interesse Municipal, documento que está presentemente a ser trabalhado e que a seu tempo será apresentado à Câmara para apreciação”, adiantou Ricardo Carvalhido.
A “classificação de Arvoredo de Interesse Municipal depende de um inventário exaustivo dos espécimes conservados no território de Viana do Castelo na forma de, e segundo a perspetiva do regime jurídico previsto na Lei n.º 53/2012, de 5 de setembro”.
A classificação prevista naquela legislação abrange “os povoamentos florestais, bosques ou bosquetes arboretos, alamedas e jardins de interesse botânico, histórico, paisagístico ou artístico, bem como os exemplares isolados de espécies vegetais que, pela sua representatividade, raridade, porte, idade, historial, significado cultural ou enquadramento paisagístico, possam ser considerados de relevante interesse público e se recomende a sua cuidadosa conservação”.
Além de pretender “a educação e a literacia para o ambiente e a biodiversidade”, este programa “visa também estimular momentos diferenciados de convívio familiar de avós, pais e netos em torno das árvores e a sua história”.
Inseto ajuda Viana do Castelo a manter-se livre de espécies invasoras
Um inseto de tamanho milimétrico é um dos “grandes” ajudantes de Viana do Castelo na erradicação de espécies invasoras nos seus 13 monumentos naturais, que dentro de uma década a Câmara quer ver classificados como Santuários de Natureza e Cultura.
O inseto chama-se Trichilogaster acaciaelongifoliae, tem apenas cerca de dois a três milímetros, mas não dá tréguas às acácias, uma das espécies exóticas com comportamento invasor existente nos 90 hectares que compõem o património geológico os 13 Monumentos Naturais da capital do Alto Minho.
“É oriundo da Austrália, tal como a acácia, uma das principais espécies invasores do concelho e do país”, referiu o vereador do Ambiente.
Desde 2020, do total daquela área, a Câmara de Viana do Castelo iniciou a erradicação de invasoras e a reflorestação de cinco daqueles monumentos, num investimento de mais de 500 mil euros, financiado pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).
A recuperação ecológica avançou no Cemitério de Praias Antigas do Alcantilado de Montedor, nos Pavimentos Graníticos da Gatenha, Cascatas da Ferida Má, Falha das Ínsuas do Lima, e Praia Eemiana da Ribeira de Anha.
Numa visita guiada à freguesia de Carreço, para ver a limpeza dos 55 hectares do monumento natural de Montedor, Ricardo Carvalhido mostrou à Lusa a “manutenção” que o inseto microscópico, introduzido em Portugal, pela primeira vez, em 2015, tem ajudado a garantir.
“Esse inseto preda a acácia”, especificou.
O inseto tem um ciclo de vida de um ano, formando umas “galhas” ou “bugalhos” nos ramos da acácia longifólia, que impedem a sua floração e, consequentemente, a formação de sementes.
A existência dessas “galhas”, pequenas bolas verdes, foi confirmada em várias localizações.
“A acácia é ferida precisamente no local que é responsável pela reprodução. A flor já não vai surgir na acácia, e com isso vamos reduzir ativamente o banco de sementes que, por metro quadrado, podem ser milhares, prontas para rebentar novas acácias”, explicou o biólogo.
Posteriormente avançou a reflorestação com “espécies nativas” (carvalho, medronheiro, sobro), já em curso não só em Montedor, mas também na Ribeira de Anha e Ferida Má.
A “vigilância” das plantações é “apadrinhada” por empresas do concelho, atualmente 25, que se “responsabilizam por controlar” o crescimento das espécies autóctones e “impedir” o regresso das invasoras.
“O objetivo principal é pegar nestes espaços e torná-los santuários da natureza e da cultura. Naturalmente quando falamos de arqueossítios, a cultura está intrínseca, mas em as zonas especiais de conservação para a biodiversidade e de monumento natural também muitas vezes, têm valores culturais, que é importante preservar”, especificou.
“Nessa altura, garantimos que quem visitar cada um destes espaços está a entrar num santuário, tal e qual como era há milhares de anos, antes do ser humano ter a ação destrutiva que atualmente tem”, reforçou.
Para Ricardo Carvalhido o alcantilado de Montedor é “absolutamente especial” por integrar, por exemplo, um cordão dunar com mais de 70 mil anos, que resistiu à “fuga progressiva do mar”.
Ali, os visitantes poderão ainda “compreender como se formaram os montes que cercam a cidade, como o de Santa Luzia, em três fases, há 300 milhões de anos”.
“No norte de Portugal, é dos melhores locais para se perceber os quatro ciclos de subida e descida do nível do mar, nos últimos 400 mil anos”, observou, justificando a designação do alcantilado como cemitério das praias antigas.
Naquele monumento natural existe ainda, uma das 33 camboas existentes na costa de Viana do Castelo.
Antigas pesqueiras, “já descritas nas Inquirições 1258, desativadas durante o Estado Novo, por dificuldade de controlo da atividade económica que se gerava naquele espaço, mas também porque foi mais ou menos nessa altura que começaram a surgir as preocupações para as questões da conservação da natureza”.
“Eram zonas onde o peixe ficava retido e depois era pescado. É um património absolutamente fenomenal que nos faz recuar no tempo, e que do ponto da sua beleza é indescritível. Além de reforçar o caracter rochoso da costa, revela a forma engenhosa como, naquela altura, se construíram aqueles contrafortes, as paredes das camboas e que resistiram a milhares de milhões de praias-mar, momento em que há mais energia”, contou.
Todo o património existente nos 13 monumentos naturais está integrado em mesas de leitura de paisagem e, “em alguns locais especiais” foram instalados “pilaretes com código QR que permite fazer aceder a informação “detalhada” sobre a conservação realizada.
II Semana da Floresta de Viana do Castelo promovida de 21 a 26 de março
A Câmara Municipal de Viana do Castelo promove, de 21 a 26 de março, a II Semana da Floresta, uma iniciativa que inclui o lançamento de manuais e documentários, apresentação de programas e de concursos.
Segundo o Vereador do Ambiente e da Biodiversidade, Ricardo Carvalhido, no dia 21 de março, domingo, as redes sociais da Câmara Municipal vão apresentar o vídeo “Recuperação Ecológica de Áreas Classificadas”, peça onde se fará o balanço do Programa de Recuperação Ecológica das Áreas Classificadas de Viana do Castelo, um investimento de meio milhão de euros na Floresta de Viana do Castelo lançado em final de 2019 no âmbito do Ano Municipal para a Recuperação da Floresta Nativa Portuguesa. O programa contou com o envolvimento e parceria de várias juntas, e uniões de freguesia, e conselhos diretivos de baldios de Viana do Castelo.
No dia 22 de março será publicado o “Manual do Ambiente e da Biodiversidade – Tomo Invasões Vegetais” que consiste no primeiro tomo de um conjunto de fascículos técnicos produzidos pelas equipas do Gabinete de Áreas Classificadas (GAC), do Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA), do Gabinete Técnico Florestal (GTF) e do Horto Municipal (HM).
No dia 23 de março decorrerá a 5ª reunião da Comissão Municipal de Baldios de Viana do Castelo, reuniões de caráter trimestral e que juntam à mesa as entidades gestoras das 13 áreas baldias do concelho de Viana do Castelo, responsáveis pela gestão de 25% do nosso território, área florestal. Nesta reunião, com 8 pontos de ordem de trabalhos, discutir-se-ão importantes assuntos, nomeadamente relacionados com as casas florestais, o estado de desenvolvimento dos planos de gestão da floresta, o plano de atividades e investimentos para o ano 2021, e a apresentação e discussão de um programa paradigmático, o primeiro do país para a cogestão municipal do carbono, entre outros. Relembramos a Comissão Municipal de Baldios de Viana do Castelo iniciou funções em março de 2019, por altura do Ano Municipal para a Recuperação da Floresta Nativa Portuguesa.
No dia 24 de março será apresentado o Programa Árvores da Memória, dedicado à população em geral e às comunidades educativas. Este programa constitui o 5º eixo para a definição e consolidação de áreas classificadas para a Natureza e a Cultura, complementando os Monumentos Naturais, as Zonas Especiais de Conservação Natura2000, os Sítios da Memória e os Arqueossítios.
No dia 25 de março, será promovido o lançamento do concurso Desafio Bioregisto Floresta, na sequência do trabalho desenvolvido em 2020 no âmbito do Ano Municipal para a Literacia Científica.
A semana dedicada à Floresta termina a 26 de março, sexta-feira, com a publicação do documentário on-line para pais e filhos intitulado “Bosque de Alimentos”.
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Rede Escolar de Ciência destacada pelo Ministro da Educação no Fórum Nacional Clubes de Ciência Viva na Escola
Esta iniciativa foi levada a cabo pela Ciência Viva e pela Direção-Geral da Educação e pretendeu celebrar o trabalho que vem sendo desenvolvido, desde 2018, nos Clubes Ciência Viva na Escola.
Os Clubes de Ciência Viva funcionam nas escolas como espaços abertos de contacto com a ciência e a tecnologia, para a educação e para o acesso generalizado dos alunos a práticas científicas. Estes espaços envolvem toda a comunidade educativa no exercício da ciência, promovem a literacia científica e favorecem o ensino experimental das ciências. Resultam de parcerias sólidas com Universidades, Centros de Investigação, Museus, Centros de Ciência, Empresas, Associações e ONG’s o que fomenta a interdisciplinaridade e a abertura das escolas à comunidade.
Esteve presente neste fórum o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues que destacou a Rede Escolar de Ciência e Apoio à Investigação Científica, da Câmara Municipal de Viana do Castelo, como inspiração para a criação da Rede de Clubes Ciência Viva na Escola.
Foi ainda exibida uma reportagem produzida no Laboratório de Processamento de Amostras em Sedimentologia da Rede Escolar de Ciência, instalado no Agrupamento de Escolas de Santa Maria Maior, que apresenta o Clube Ciência Viva deste agrupamento e as potencialidades deste laboratório.
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Serra d’Arga vai ter observatório internacional
Um investimento de cerca de 200 mil euros vai permitir criar, até final de junho, um Observatório Internacional da Serra d’Arga, em São Lourenço da Montaria, no concelho de Viana do Castelo, informou hoje a Câmara.
Em comunicado, o município especificou que a “construção da nova valência começa ainda este mês, com um prazo de execução de seis meses, devendo estar concluída até final de junho”.
Trata-se de “um espaço de investigação científica, com disponibilidade de residência para investigadores”.
O “projeto para a Qualificação das Experiências de Turismo de Aldeia no Minho – Observatório Internacional da Serra d’Arga surge no âmbito do Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE) – Minho INovação, candidatado ao Norte 2020”.
Segundo a Câmara de Viana do Castelo, “o edifício onde ficará instalado o observatório tem uma localização privilegiada em relação à montanha, colocando-se no sopé desta, junto à entrada da Serra d’Arga, mas simultaneamente perto do centro cívico de São Lourenço da Montaria”.
“Será um edifício retangular de três pisos, entre espaços de trabalho/reuniões, laboratório e alojamento, incluindo áreas de apoio”, acrescenta.
De acordo com a autarquia, “a Serra d’Arga é detentora de recursos naturais ímpares, de uma paisagem singular e com um património material e imaterial de ordem natural, ambiental, histórico e cultural de elevado valor”.
É, por isso, considerada de “grande relevância” a implementação do Observatório Internacional da Serra d’Arga.
Aquele observatório “irá permitir a criação de instalações que permitam acolher investigadores para a realização de diversos estudos nas mais vastas áreas de intervenção (geologia, fauna, flora), de modo a permitir a compreensão da identidade da Serra d’Arga.
O novo equipamento permitirá ainda “explorar e aumentar o conhecimento do garrano, enquanto raça equídea autóctone dos sistemas montanhosos do Alto Minho que habita na Serra d’Arga, da biodiversidade, dos ecossistemas, do património geológico, da paisagem, designadamente os seus valores faunísticos e geológicos, a avaliação e valorização dos seus serviços de ecossistemas e da infraestrutura verde que esta constitui”.
O projeto “pretende ainda a exploração das funções que esta paisagem desempenha no contexto do desenvolvimento do turismo de natureza, de aventura, cultural e religioso e, ao mesmo tempo, potencia as condições de desenvolvimento de oportunidades para a valorização do espaço, das comunidades e da diversificação das atividades na gestão da paisagem da Serra d’Arga”.
A serra d’Arga abrange uma área de 10 mil hectares, nos concelhos de Caminha, Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura, Viana do Castelo e Ponte de Lima, dos quais 4.280 hectares se encontram classificados como Sítio de Importância Comunitária.
Aqueles cinco municípios têm em curso o projeto “Da Serra d’Arga à Foz do Âncora”, liderado pela Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, que visa a classificação da Serra d’Arga como Área de Paisagem Protegida de Interesse Municipal.
Viana do Castelo é a “primeira no país” com programa para avaliar ar interior de 53 escolas
A Câmara explica que este projeto vai avaliar os riscos existentes nas escolas através de sensores para não comprometer a saúde e o conforto dos alunos, professores e funcionários.
Viana do Castelo é o “primeiro município do país” a desenvolver um programa de monitorização da qualidade do ar interior dos 53 edifícios do parque escolar do concelho, num investimento de 18 mil euros, anunciou esta terça-feira a câmara.
“Viana do Castelo é o primeiro município do país com uma estratégia para a monitorização das radiações ionizantes, sob a forma de programa, que está a ser concretizado e com resposta clara para este assunto”, afirmou esta terça-feira o vereador do Ambiente e Biodiversidade, Ciência, Inovação e Conhecimento, Ricardo Carvalhido. O responsável, que falava durante a sessão de encerramento do projeto RnMonitor “Radão em Portugal: situação atual e perspetivas futuras” explicou que aquele programa “começou a ser implementado esta semana para avaliar a qualidade biotérmica e radiológica” do ar nas 53 escolas do concelho, sendo que, “no próximo mês, será iniciada a avaliação à qualidade microbiológica”.
“Vamos avaliar o ar de cerca de um terço das salas de aulas das nossas escolas. Dentro de dois meses, esperamos ter o primeiro perfil da qualidade do ar das nossas escolas. Nos edifícios que apresentarem dados fora dos valores considerados normais, será implementado um estudo mais pormenorizado com uma duração de, no mínimo, três meses”, especificou.
Ricardo Carvalhido adiantou que “a monitorização do gás radão e dos parâmetros de humidade, temperatura e dióxido de carbono estão a ser aferidos por sensores instalados nas 53 escolas do concelho, equipamentos que comunicam através de uma rede partilhada entre a câmara e pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), sendo possível receber, em tempo real, os dados de cada estabelecimento”. “Estes dados estão a ser monitorizados na plataforma da Rede Municipal de Monitorização de Parâmetros Ambientais e de Proteção Civil, para, posteriormente, serem validados e analisados pelos parceiros do programa”, indicou.
O programa de monitorização da qualidade do ar interior de edifícios municipais tem como parceiros o IPVC e a Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), que participarão “na elaboração de um manual de boas práticas para a qualidade do ar interior de cada edifício escolar”. Aquele documento incluirá medidas que “poderão passar pela determinação de uma frequência e duração de arejamento, ou, em casos excecionais, a instalação de mecanismos de ventilação forçada do espaço”.
O vereador da câmara da capital do Alto Minho explicou que o programa teve início no parque escolar por ser “reconhecido, por um lado, que o conforto biotérmico dos alunos nas salas de aula, (aferido pelos dados de temperatura e humidade relativa) é um fator determinante no sucesso educativo e também porque a presença de agentes radiológicos (como é exemplo o gás radão, principalmente na região Norte e Centro de Portugal) e biológicos (como vírus, fungos e bactérias) podem comprometer de forma séria, a saúde dos alunos e dos profissionais de educação”. A implementação daquele programa municipal resulta “da transferência de competências em matéria de educação, da administração central para a administração local”.
Ricardo Carvalhido adiantou que, em abril, no decurso do programa municipal, a autarquia lançará, no âmbito do Dia Nacional do Ar, a iniciativa “O Radão por Casa”. O responsável explicou tratar-se de “um programa doméstico que disponibilizará aos munícipes uma sonda que lhes permitirá conhecer, durante uma semana, os valores de radão e os parâmetros de conforto bioclimático da sua habituação”. Posteriormente, “os munícipes receberão uma avaliação diagnóstica com orientações para a mitigação dos parâmetros nos casos em que estes ultrapassem o valor legal de referência”. “No caso dos moradores do centro histórico, estará disponível a sonda que permitirá o acesso em tempo real aos valores medidos, através da plataforma da rede municipal de monitorização de parâmetros ambientais e proteção civil”, referiu.
O projeto de investigação intitulado “RnMonitor: Infraestrutura de Monitorização Online e Estratégias de Mitigação Ativa do Gás Radão no Ar Interior em Edifícios Públicos da Região Norte de Portugal” foi realizado entre 2016 e 2019. A investigação foi conduzida pelos docentes António Curado e Sérgio Lopes do IPVC e incidiu sobre 30 edifícios públicos selecionados pelas câmaras de Viana do Castelo e Barcelos.
Viana do Castelo recebeu Diploma da Bandeira Verde Eco XXI 2020
A Associação Bandeira Azul da Europa atribuiu a Viana do Castelo o Diploma Bandeira Verde Eco XXI para 2020, reconhecendo assim a meritória participação e empenho do Município no programa. Viana do Castelo pode assim hastear a bandeira, que reconhece o bom desempenho ambiental do município em prol do desenvolvimento sustentável.
Trata-se de um programa implementado desde 2005 – ano zero – pela Associação Bandeira Azul da Europa, que visa reconhecer as melhores práticas de sustentabilidade ao nível municipal, através da avaliação, por um conjunto de peritos de 21 indicadores e 71 subindicadores nas áreas ambiental, social e económica.
Em 2020 o ECOXXI incluiu, pela primeira vez, indicadores específicos no âmbito das Alterações Climáticas e Saúde e Bem-estar.
São ainda considerados outros temas como: A Educação para a Sustentabilidade; Sustentabilidade em Zonas Balneares; Cidadania, Participação e Governança; Transparência, Digitalização e Conectividade: Emprego; Cooperação com a Sociedade Civil; Certificação de Sistemas de Gestão; Ordenamento do Território; Conservação da Natureza ; Gestão e Conservação da Floresta; Qualidade do Ar e Ambiente Sonoro; Água Segura e Qualidade dos Serviços de Águas Prestados aos Utilizadores; Produção e Recolha Seletiva de Resíduos Urbanos; Valorização do Papel da Energia na Gestão Municipal; Mobilidade Sustentável; Agricultura e Desenvolvimento Rural Sustentável; Turismo Sustentável.
Na edição de 2020, foram atribuídas 56 Bandeiras Verdes ECOXXI (90% dos municípios participantes), ou seja, obtiveram um índice igual ou superior a 50%, sendo que apenas 6 (10%) não atingiram os objetivos mínimos estabelecidos.
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OFERTA GRATUITA DE PLANTAS AUTÓCTONES EM VIANA DO CASTELO
PROGRAMA “REFLORESTAR COM IDENTIDADE” JÁ NO SEU SEGUNDO ANO
O Município de Viana do Castelo lança pelo segundo ano o Programa “Reflorestar com Identidade”, enquadrado na Estratégia Municipal para a Conservação da Natureza (Agenda do Ambiente e da Biodiversidade 2017-2021), que pretende disponibilizar árvores de espécies autóctones aos proprietários florestais, visando promover e incentivar no território uma gestão florestal baseada em espécies arbóreas mais resilientes, mais diversificadas e nativas. Com esta iniciativa, o Município pretende transformar a paisagem florestal, eminentemente caracterizada por povoamentos contínuos, espécies invasoras e suscetíveis aos incêndios, numa oportunidade para a criação de uma floresta com maior valor genético, mais resiliente aos incêndios e com melhor qualidade cénica. As árvores que o Município disponibiliza destinam-se a reforçar as Faixas de Gestão de Combustível para proteção dos aglomerados populacionais, edificados e rede viária florestal, num total de cerca de 2.300 hectares definidos no Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios. O Programa também tem como objetivo a georreferenciação das propriedades inseridas dentro das Faixas de Gestão de Combustível, para que seja assegurada a sua manutenção.
No âmbito deste projeto, a autarquia encontra-se a disponibilizar gratuitamente, durante as épocas de plantação (de novembro a abril), a quem se inscreva e demonstre interesse através de formulário próprio (fazendo prova da titularidade do terreno (caderneta predial) e inserção em Faixa de Gestão de Combustível), castanheiros, sobreiros, medronheiros, carvalhos e pinheiros-mansos, oriundos do seu próprio viveiro municipal. A plantação destas árvores é supervisionada pelos serviços do Gabinete Técnico Florestal (GFT), no limite de uma árvore por cada 30m2, até a um máximo de 300 plantas, por forma a cumprir com as Faixas de Gestão de Combustível. O GTF faz a georreferenciação da propriedade numa aplicação específica para controlo do cadastro, registo de vistorias e limpeza dos terrenos e apoia os proprietários na escolha da espécie de árvore, como a plantar, manter, etc., fazendo cumprir as regras estabelecidas na candidatura. A autarquia vê esta iniciativa como um incentivo para a reconversão da floresta e motivação para a troca de terrenos na sua maioria com eucaliptos e espécies invasoras em terrenos nativos mais resilientes para o futuro. Consubstancia-se numa oportunidade para que os cidadãos se envolvam proactivamente na estratégia municipal da defesa da floresta contra incêndios, participando e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e do seu território.
Viana do Castelo conta com uma média de 10ha/ano georreferenciados e plantados ao abrigo deste Programa, por isso é intenção continuar a promover esta iniciativa junto da população durante os próximos anos.
Pinheirinhos de Natal disponíveis gratuitamente no Mercado Municipal a 2 de dezembro
Como tem sido tradição, a Câmara Municipal de Viana do Castelo volta a disponibilizar pinheirinhos de Natal gratuitamente à população. Os pinheiros bravos, provenientes de monda, estarão disponíveis para entrega aos munícipes a partir da próxima quarta-feira, numa loja exterior situada no Mercado Municipal de Viana do Castelo.
Com a quadra natalícia prestes a chegar, o Município, através do setor do Horto Municipal e em parceria com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, volta a oferecer os tradicionais “Pinheirinhos de Natal”. Os pinheiros estão disponíveis ao público numa loja no exterior do Mercado Municipal, das 9h00 às 12h00 e das 13h00 às 17h00, de segunda a sexta-feira.
Estes pinheiros foram retirados em áreas de floresta onde existe a regeneração natural do pinheiro bravo em densidades excessivas. O corte destes pinheiros corresponde a uma monda que corrige essa densidade excessiva, concedendo assim melhores condições de desenvolvimento às restantes árvores que ficam em crescimento.
O Município pretende evitar que as pessoas cortem ou destruam árvores onde não é aconselhável, oferecendo aos cidadãos um dos mais simbólicos elementos de natal: o pinheiro.
“É um piscar de olhos, não estamos aqui há tempo nenhum”. Uma viagem ao princípio da Terra a partir de Viana do Castelo
foto: Pedro Marques | MadreMedia
O roteiro do Geoparque Litoral de Viana do Castelo dá-nos um pouco de várias coisas: aventura, ciência, história e, com as devidas paragens, a boa mesa e acolhimento minhotos. Das Dunas Trepadoras do Faro de Anha às Pedras Ruivas são poucos quilómetros mas contam-nos milhões de anos da história da Terra.
Porque é que viemos até aqui? Onde é que nós estamos?
Esta foi a pergunta de partida para um roteiro que nos levou a conhecer 3 dos 13 monumentos naturais que integraram o Geoparque Litoral de Viana do Castelo cujos painéis interpretativos foram apresentados publicamente a 6 de novembro. Até ao final do ano serão lançadas a APP e o sítio da internet do geoparque, e até ao final do primeiro trimestre de 2021, as 3 portas: Atlântico, Neiva e Argas.
Percorremos três dos percursos com um guia pouco convencional. Ricardo Carvalhido é vereador da Câmara Municipal de Viana do Castelo, licenciado em Biologia e Geologia, e doutorado em Geologia, e presidente do Conselho Científico do Geoparque Litoral de Viana do Castelo. E, não será arriscado dizer, alguém que fala de plantas, areias e formações rochosas com uma paixão que contagia quem é leigo nestas matérias.
Voltemos à pergunta e ao ponto de partida: onde é que nós estamos?
Começamos o nosso percurso por um lugar emblemático de Viana do Castelo, mas que não seria o que estaríamos à espera quando o propósito é conhecer o roteiro dos monumentos naturais. Estamos na encosta no cimo da qual se ergue o Santuário de Santa Luzia, num dos enclaves da estrada. Aos nossos pés, está Viana, a cidade, à nossa frente uma paisagem verde no azul do céu que dá pelo nome de Monte Galeão.
Uma praia no cimo de um monte
“Estamos virados para o estuário [do rio Lima] e para a nossa costa”, diz-nos Ricardo Carvalhido. “Gosto sempre de vir aqui quando venho passear ou quando trago algum grupo, porque permite ter uma ideia das principais formas de relevo. Muitas vezes andamos no reboliço do dia-a-dia e não nos apercebemos que o relevo está estruturado em grandes e em pequenas formas”.
As chamadas geoformas de pequena escala são, na realidade, as formas grandes, como por exemplo, as montanhas. Como é fácil deduzir, o contrassenso da expressão também vale no seu inverso: as geoformas de grande escala só vemos ao pormenor. Nas palavras do nosso guia: “Existem fenómenos, materiais geológicos e clima diferentes, e também o tempo cronológico, fatores que imprimem uma forma, um aspecto uma forma, um aspeto, um desenho, à nossa paisagem atual, que vai evoluir e não ficará assim para sempre”.
Continuando.
“Este monte que está aqui em frente é o Monte Galeão. Se repararem, tem um patamar que se vê bastante bem aos 100 metros, e depois tem um topo, que está relativamente plano também, aos 160m. Se desviarem o olhar para montante vê-se um relevo que também é aplanado no seu topo e que é o Monte de Roques, o topo anda à volta dos 279 metros acima do nível do mar. Depois, progredindo para o interior da margem esquerda do Rio Lima, temos a Serra da Padela, que já atinge os 470 metros”.
“É baixinho, não é?”, perguntamos impelidos pela mera perceção de observador não documentado. “É relativamente baixo, mas é muito alto para a posição em que nós estamos, sobre a margem atlântica”, confirma o nosso guia. E tranquiliza a perceção dos leigos: “Depois progride para o interior e temos a Serra de Arga, que está a 10 quilómetros de distância, mais ou menos, em linha reta da costa e está a 800 metros [de altitude]. Ou seja, é como se estivéssemos a falar de uma escadaria”. Uma escadaria documentada por estudiosos há mais de 100 anos e descrita por um desses nomes, Falcão Machado, em 1935 como o “teclado minhoto”.
Porque é que acontece essa escadaria?, questionamos.
“O globo está dividido em placas – são as placas tectónicas – elas mexem-se e essa escadaria progride para o interior, progride até ao centro da Europa. Ou seja, quando falamos dos Alpes estamos a falar já do topo desta escada e aqui estamos a falar nos degraus mais baixinhos. Gosto de olhar para os patamares como o registo instantâneo de crises sísmicas. Ou seja, do movimento das placas tectónicas acumula-se tensão nas rochas, essa tensão escapa por fraturas que nessa altura se ativam e se transformam em falhas, e formam-se dando saltos. Aquela plataforma costeira passa a ficar fora de água, então sobe, e fica ali um patamar, formando-se ressaltos na paisagem, que passa a ser uma praia antiga, abandonada pelo mar”.
E nada como o tempo da Terra para colocar em perspetiva tudo o que aqui vemos. O que aqui vemos, de frente para o estuário do Lima, aconteceu desde há cerca de 50 milhões de anos.A história dos Humanos como nós tem cerca de 10 mil anos. “É um piscar de olhos, nós não estamos aqui há tempo nenhum. Os degraus mais pequeninos destas subidas e descidas do nível do mar que acontecem mais ou menos de 100 em 100 mil anos, são impostos por grandes ciclos, são questões orbitais – a Terra mexe-se como um pião”, remata Ricardo Carvalhido.
Em plena floresta com os pés da areia como se fosse praia e uma freguesia que ficou soterrada há “apenas” 150 anos
Partimos para as Dunas Trepadoras do Faro de Anha, no sopé do Monte Galeão. São materiais recentes, têm idades cronológicas de 1590 a 1870, foram geradas na crise climática da pequena idade do gelo. “A pequena idade do gelo teve vários mínimos e um deles está aqui registado, é o Mínimo de Maunder que durou cerca de 70 anos em que praticamente o sol que tem aumentos de intensidade calorífica [produção de calor] de 11 em 11 anos falhou cerca de 7 ciclos e a temperatura média do ar baixou com valores importantes”.
“Tivemos questões que estão bem plasmadas nas memórias paroquiais de 1758, depois do terramoto de 1755, em que, por exemplo, a Freguesia de São João de Ester [atual freguesia de Chafé ] desapareceu por baixo das areias que foram sopradas e a freguesia de Vinha passou nessa altura a chamar-se Areosa. Temos muitos topónimos relacionados com a areia, tem tudo a ver com a mesma coisa”.
Aconteceu tudo nesse período?, perguntamos meio incrédulos.
“Aconteceu tudo nesse período, é dessa altura que vemos quadros da família real inglesa em coches a passear sobre o Rio Tamisa. E estamos a falar de um ciclo pequenino, ciclos pequeninos de grande recorrência, como são os das manchas solares. Temos em frente a nós o monumento natural das Dunas Trepadoras do Faro de Anha, precisamente por causa disso, as dunas são as climbing dunes, foram trepando estas vertentes que temos por aqui, areias que foram sopradas a partir das praias”.
Há qualquer coisa de ficção científica no lugar onde nos encontramos. Cabeça no ar e vemos o verde de árvores frondosas à nossa volta. Pés na terra e podíamos estar na praia, a areia fina por cima da terra faz-nos acreditar nisso. Como é que tudo aconteceu?
“As manchas solares foram identificadas por Galileu Galilei, os primeiros desenhos de manchas solares são dele. Foi também ele quem desenvolveu instrumentos óticos para fazer a observação e reparou que o sol tinha umas zonas de maior atividade, umas zonas mais escuras. Depois mais tarde percebeu-se que são explosões à superfície do sol, que ocorrem com alguma regularidade, têm uma periodicidade de mais ou menos de 11 em 11 anos, e que formam ciclos solares. Nessa altura, entre o século XVI e o XIX, o que nós tivemos foi uma diminuição paulatina da atividade solar, não se sabe muito bem porquê, mas aconteceu e durante um grande período”.
A Terra ficou por isso mais fria e, na região onde nos encontramos, muitos campos ficaram incultos. Houve uma crise demográfica, alguma crise social porque a comida não abundava. “O pároco de Darque dizia que não conhecia os limites à freguesia, porque estava invadida por areia por todo o lado. Deixou praticamente de chover, havia pouca água disponível, com vento e temperaturas baixas. A pequena idade do gelo, que é um período lato, estamos a falar de séculos, foi-se instalando e as pessoas tiveram de se readaptar, mas quando temos a nossa casa a começar a ser invadida por areia por todo o lado, temos de ir embora, temos de procurar outro sítio para viver”.
Era uma vez há 541 milhões de anos quando Viana do Castelo estava na latitude de Buenos Aires
“Estamos na Praia Norte, em Viana do Castelo, e este é o melhor local para compreendermos de que forma com o fecho do Rheic se forma a Pangeia – tínhamos todas as massas terrestres unidas num único continente – este território evoluiu até à formação do continente único – a Pangeia – há 370 milhões de anos. Há pouco estávamos a falar de geoformas muito recentes, ou seja, estávamos a falar de coisas que aconteceram há menos de 30/40 milhões de anos, mas agora damos um salto muito maior para o passado. Há cerca de 541 milhões de anos, estávamos no início do Paleozoico – “paleo” vem de antigo e “zoion” zoo vem de animal – é a era onde surgem os primeiros animais. Marinhos claro. Não tínhamos ainda a vida terrestre, ainda não tínhamos sequer a camada do ozono, porque para isso também tínhamos de ter o oxigénio, ou seja, qualquer ser vivo que pudesse tentar aventurar-se cá para fora tinha os minutos contados. Isto para dizer que, fazendo essa contextualização, este território que estamos a pisar, estava na latitude do que é hoje Buenos Aires. Começava a fraturação de um velho continente que já não tem existência atual e iniciava-se a oceanização, a formação de um oceano, que é o oceano primitivo, que se chama Rheic, como depois foi batizado”.
É altura para Ricardo falar de Charles Lyell , um dos pais da geologia, que referia que o presente é a chave do passado. E, na Terra como com o Homem, a história repete-se. “Hoje podemos ver os grandes lagos do oriente africano onde está precisamente a acontecer o mesmo tipo de processo que aconteceu com estas rochas, que foi a formação de um rift intracontinental, ou seja, um rasgão que se formou nesse continente primitivo, a abertura, a água que estava envolta começa a encher esse interstício que se abriu. Com a expansão deste oceano, esse local onde antigamente as águas eram pouco profundas, passam a ser águas mais profundas, porque passamos a estar mais longe da costa.”
“Se formos agora juntar isto ao resto do puzzle geológico, vemos que em várias partes do planeta temos estas rochas que testemunham a oceanização, a formação do Rheic, e chegou a determinada altura em que esse processo de oceanização parou, se inverteu e o oceano começou a fechar-se até há 380 milhões de anos”.
De volta à ficção científica que é, afinal, a nossa história natural. Que continentes é que tínhamos neste processo de fecho? “Tínhamos o Avalónia, mais a norte, e tínhamos o Gondwana, mais a sul, era um grande continente antigo que continha o que é hoje a América do Sul, África e o que é hoje a Oceânia e uma parte do sul da Europa e os terrenos que hoje são a América do Norte”.
O que é que aconteceu? “Estes dois grandes continentes começaram em rota de colisão e não encostaram com as margens perfeitamente paralelas, houve um encosto enviesado, o que fez com que essas rochas aquecessem muito, ficassem deformadas, e deixam ficar os testemunhos”.
Estamos a falar de algo que aconteceu entre 541 milhões de anos até 380 milhões de anos e depois o processo de fecho completo terá demorado cerca de 100 milhões de anos. Como é que sabemos quando é que isso aconteceu? “Os fósseis dão-nos umas boas pistas. Estes granitos que aqui estão, que vemos à nossa volta como montanhas são câmaras magmáticas que ficaram petrificadas em profundidade, estamos a ver como se fossem ovos de magma que não conseguiram sair para o exterior”.
Testemunho dessa história é, por exemplo, o Monte de Santa Luzia, onde começámos o nosso roteiro, e que resultou de um processo que tem 300 milhões de anos. “É o que hoje está revelado à superfície, mas que já esteve entre 5 a 7 quilómetros de profundidade”. De forma muito simplificada, como sublinha o nosso guia-geólogo, os montes e serras que nos rodeiam foram sedimentos acumulados no fundo do oceano primitivo durante milhões de anos, e que decorrente do fecho desse oceano, foram esmagados e derretidos, transformando-se em magma.
“De há 300 milhões de anos em diante o que temos essencialmente é um arrasamento. Ou seja, temos o relevo dessa altura, do Paleozoico, relevo antigo, que, entretanto, é desgastado, desfeito, até termos uma planura, um bocadinho da mesma forma como vemos hoje em África aquelas zonas cratonizadas, ou seja, tudo muito liso. Até que a Pangeia começa a fraturar-se, começa a abrir de grosso modo Norte-Sul, começa a oceanização do nosso Atlântico”.
O crime das Pedras Ruivas ou uma história de amor e desamor num cenário pintado há 71 mil anos
Vamos agora para um passado não tão antigo, que é o passado de 1904, e conhecer uma história que toda a Viana conhece.
“Em 1904 ocorreu aqui um crime que ficou célebre como o crime das Pedras Ruivas. Estas pedras que estão aqui são de facto ruivas e sabemos há mais ou menos quanto tempo é que elas são ruivas,: há cerca de 71 mil anos. Nessa altura estiveram cobertas por um grande campo durar”.
Não foram sempre assim, debaixo do alaranjado que brilha nos dias de sol ainda são brancas. Aqui aconteceu um crime muito badalado na cidade e que envolveu dois protagonistas, o João Douro e a Maria das Dores, que depois ficou conhecida como a Doura. Era bordadeira.
“Ele era da Meadela, um padeiro aqui na cidade, com forno na Rua do Espírito Santo, bastante conhecido. Ela era de Santa Marta de Portuzelo, terra de bordados ainda hoje. O Douro era bastante mais velho que ela e vinham namorar aqui atrás das rochas. Chegar até aqui não era como hoje, que se chega facilmente. A história dava um filme e acabou de uma forma trágica. José Douro aborreceu-se com a situação em que estavam, como amantes que eram, e mudou o testamento em que tinha a Maria das Dores como uma das beneficiárias. Ela apercebeu-se da situação e no dia 2 de outubro viram passar o Douro com o seu guarda-chuva e viram depois regressar a Maria das Dores, umas horas depois, com o guarda-chuva dele na mão. Perguntaram-lhe onde é que ele estava, e ela que disse que não sabia. Nesse dia a maré estava a subir e ela pensou, aquela hora, que o corpo fosse levado, isso não aconteceu. E encontraram o Douro com o crânio esmagado com um destes quartzitos e morto. A Maria das Dores foi julgada, enviada com um suposto cúmplice para o degredo de África, de onde só regressou ela, o suposto cúmplice acabou por morrer lá. Ela fica presa na cadeia antiga, com o postigo virado à Rua da Bandeiraque foi mais tarde o edifício dos Paços do Concelho, e havia muita gente que ia dizer-lhe a seguinte lenga-lenga “olha o diabo da Doura, o que é que lhe haveria de dar, foi matar o pobre do coxo, nas pedras ruivas do mar”.
E é assim que a história da Doura nos leva ao quartzito. “Se eu conseguisse rodar um botão e voltar atrás no tempo, ia começar a ver inicialmente bocadinhos um pouco maiores deste material, se voltasse mais atrás começava a ver que eram grãos de quartzo cosidos, ainda se viam lá os estilólitos, que era como se fosse a costura, e se voltasse mais atrás ainda tinha areia. Isto que é um grão de areia gigante que se fundiu, foram milhões de grãos que se fundiram num grão só”.
Por onde passa o roteiro do Geoparque Litoral de Viana do Castelo
São 52 painéis interpretativos nos treze monumentos naturais que perfazem cerca de 4000 hectares de áreas classificadas para a geodiversidade. A lançar até final do ano, a aplicação móvel do Geoparque Litoral Viana permitirá ler a paisagem através de códigos QR que tornam possível com um smartphone ter uma explicação do que se está a observar.
No geoparquelitoralviana.pt vai ser possível planear uma viagem pelos monumentos naturais, que envolve zonas especiais de conservação e também a gastronomia – afinal, estamos no Minho.
“O Geoparque é uma estratégia de desenvolvimento sustentado assente nas nossas raízes, bio e geodiversidade, património cultural, etnografia, usos, costumes, gastronomia, vinhos. É aquilo que nos é identitário e que queremos usar como um motor económico, por via do turismo e também como ferramenta e material através do qual os nossos professores podem desenvolver as suas práticas educativas”, explica do presidente do Conselho Científico do Geoparque, Ricardo Carvalhido.
Está também prevista uma aplicação do Geoparque Litoral Viana que permitirá usufruir de uma tecnologia de realidade aumentada, uma mistura entre aquilo que é a realidade e aquilo que é informação sob a forma de metadados que são lá colocados.
O Geoparque, ponto por ponto:
Alcantilado de Montedor
Pedras Ruivas
Canto Marinho
Ribeira de Anha
Ínsuas do Lima
Pavimentos Graníticos da Gatenha
Cascatas do Poço Negro
Cascatas da Ferida Má
Penedo Furado do Monte da Meadela
Planalto Granítico das Chãs de Sta. Luzia
Turfeiras das Chãs de Arga
Cristas Quartzíticas do Campo Mineiro de Folgadoiro-Verdes
Vereador do Ambiente recebeu Menção Honrosa do Prémio Nacional do Ambiente
A Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente (CPADA) atribuiu hoje a Ricardo Jorge Carvalhido, Vereador da Câmara Municipal de Viana do Castelo, o Prémio Nacional de Ambiente, menção honrosa, pelos serviços prestados à Conservação da Natureza, destacando o programa Geoparque Litoral de Viana do Castelo.
A Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente, criada em 1991, é a maior organização ambientalista portuguesa, integrando Associações de Defesa do Ambiente e Organizações Não Governamentais de Ambiente, de âmbito nacional, regional e local, de grande diversidade temática (conservação da natureza, ordenamento do território, património construído, ambiente urbano, transportes alternativos, bem-estar animal, agricultura biológica, educação ambiental e atividades específicas), espalhadas no Continente e Regiões Autónomas, que representam, no seu todo, dezenas de milhar de associados.
A Confederação tem como objetivos gerais a defesa do ambiente, nas suas múltiplas vertentes, em particular através do fenómeno do associativismo. É membro do European Environmental Bureau, federação de organizações ambientalistas da Europa e representa as Organizações Não Governamentais de Ambiente (ONGA) no Conselho Económico e Social. Como representante das ONGA no Conselho Económico Social a Confederação tem um papel de parceiro social e interlocutor privilegiado em questões associativas e da política de ambiente.
Ricardo Jorge Ponte de Matos Carvalhido é licenciado em Biologia e Geologia (Universidade do Minho, 2004) e doutorado em Ciências (Especialidade de Geologia) pela Universidade do Minho (2012). Desde 2017 é Vereador da Câmara Municipal de Viana do Castelo, com os pelouros do Ambiente e da Biodiversidade, Ciência, Inovação, Conhecimento e Projetos Educativos.
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Autarquia apresenta procedimentos a ter quando encontra um animal selvagem
A autarquia vianense apresentou, ontem, o que fazer quando encontra um animal selvagem. O vereador Ricardo Carvalhido deu essa informação durante a reunião de Câmara.
O vereador, com o pelouro do Ambiente, manifestava que “há alguma dificuldade dos munícipes saberem quais os procedimentos a tomar quando se deparam com um animal selvagem, quer esteja vivo ou morto”. Ricardo Carvalhido considerava que esta uniformização de procedimentos tem duas vertentes. Por um lado “a questão da saúde pública” e por outro “o sofrimento animal”.
O Município dispõe de uma linha, que funciona 24h, para as situações em que o animal já está morto. A SOS Biodiversidade de Viana do Castelo está acessível pelo 258 819 391.
Entre 14 de agosto e 09 de setembro, o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental recebeu 19 ocorrências relacionadas com gaivotas, quer mortas ou feridas. No documento da proposta lê-se que “não existe uma articulação sobre este assunto entre as diferentes entidades, e não existe uma clarificação sobre a competência que é devida nas diferentes situações”.
Viana do Castelo promove Semana de Combate à vegetação invasora
De 12 a 17 de outubro, o Município de Viana do Castelo promove a I Semana de Combate à vegetação invasora, fazendo ações em seis monumentos do concelho, com a colaboração de empresas e voluntários. No sábado, dia 17 de outubro, a ação vai decorrer em Vilar de Murteda e é pedida a colaboração de voluntários, que podem inscrever-se no sítio www.cmia-viana-castelo.pt
O evento é enquadrado na Semana Nacional de Sensibilização sobre Espécies Invasoras e pretende, segundo o vereador do Ambiente, a iniciativa surge “na sequência de duas linhas estratégicas em curso que agora se cruzam”. Ricardo Carvalhido adianta que “por um lado temos o problema da invasão biológica (em todo o país)” e que esta tem “destruído grande parte dos nossos ecossistemas”.
Em Viana, os 13 monumentos naturais, para além de vegetação nativa, tem invasoras, nomeadamente acácia, cortaderia, cana gigante, tintureira (uva de cão), chorão e tradescância. Estas são o alvo das ações.
De segunda a sexta-feira, a eliminação das plantas invasoras é desenvolvida em parceria com as empresas que apadrinham os monumentos.
No Alcantilado de Montedor a ação foi desenvolvida na segunda-feira, dia 12, e contou com a colaboração da Junta de Freguesia e as empresas Tobor, Dima e Beach Bowling.
Terça-feira, dia 13, a ação desenvolveu-se no Monumento Natural das Cascatas da Ferida Má, com a Triauto. Hoje, dia 14, a ação esteve presente no Monumento Natural da praia Eemiana da Ribeira de Anha, com a presença da Extinsegur e do Surf Clube de Viana.
Amanhã a ação vai desenrolar-se no Monumento natural das Cristas Quartzíticas do Campo Mineiro de Folgadoiro-verde. E na sexta-feira no Monumento Natural da Falha das Ínsuas do Lima.
Sábado, de manhã a ação acontecerá em Vilar de Murteda, com o apoio de voluntários e à tarde, entre S. Lourenço e o porto de mar, com a colaboração dos escuteiros.
Ricardo Carvalhido conta que “decidimos eleger as áreas classificadas como aquelas em que teremos a natureza no seu pleno”. Acrescentando que pretendem “recuperar aqueles espaços para que quem os visite ou estude, o possa fazer com a sensação de que o ser humano não existe. Voltar atrás no tempo”.
No ano passado, a autarquia contratualizou com 23 empresas e fez uma candidatura ao POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos) para recuperar “ecologicamente” 90km2, tendo conseguido um apoio de 500 mil euros.
Nesta primeira fase, o vereador explica que nesta semana “estamos a fazer a sessão de arranque com as empresas”. Ricardo Carvalhido adianta que irão “formar as empresas quanto às técnicas a empregar na erradicação e controlo da vegetação”, porque “cada espécie exótica tem a sua técnica”. “Nesta I Semana ficarão formadas as equipas de cinco monumentos naturais”, explica, concluindo a formação a 40% das empresas com quem estabeleceram parcerias.
A II semana de Combate à Vegetação Invasora realiza-se no dia 24 de novembro, no Dia Nacional da Cultura Científica. E a terceira semana, a 11 de dezembro, no Dia Internacional da Montanha. Após estas ações ficaram formadas “as restantes empresas que ficarão responsáveis pelos restantes oito monumentos naturais”.
Alto Minho faz o ‘tri’ no top 100 dos destinos mais sustentáveis do mundo
O Alto Minho integra, pela terceira vez, a lista dos 100 melhores destinos sustentáveis do mundo no âmbito da iniciativa Top 100 Sustainable Destinations 2020.
O anúncio oficial foi feito esta terça-feira na Conferência Global Green Destinations Days, a decorrer este ano online devido ao contexto pandémico.
A região do Alto Minho abarca os concelhos de Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira, com uma área total de 2.210 km2.
Este selo de qualidade resulta do trabalho da Comunidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM Alto Minho) ao longo dos anos no âmbito do desenvolvimento sustentável da região, tendo o mesmo sido reconhecido pela terceira vez pela Green Destinations, rede institucional que lidera uma parceria de organizações internacionais especializadas em turismo sustentável e avalia os destinos concorrentes a nível mundial.
A competição tem como principal objetivo destacar histórias de sucesso e trocar boas práticas para tornar os destinos turísticos mais sustentáveis, gerando benefícios para as comunidades locais e para os viajantes, bem como serem uma fonte de inspiração para outros destinos e agentes turísticos. O tema escolhido para a edição deste ano foi Vamos reconstruir juntos de uma forma mais sustentável devido à situação pandémica que o mundo vive atualmente.
As nomeações foram avaliadas pela equipa do Sustainable Top 100, composta por especialistas de vários países e pelos parceiros da Green Destinations, sob a coordenação da Green Destinations Foundation, sendo de salientar os contributos da Green Destinations, QualityCoast, TravelMole, Vision on Sustainable Tourism, Travelife, ITB Berlin, Asian Ecotourism Network, Ecotourism Australia e GLP Films.
Este ano a seleção foi mais do que nunca determinada pela qualidade, eficiência e transferibilidade das boas práticas submetidas pelos destinos.
Portugal conseguiu a nomeação de dez destinos (que é o número máximo de destinos por país) para este título. Assim, além do Alto Minho, figuram também na lista de nomeados o arquipélago dos Açores; Águeda; Arouca; Cascais; Dark Sky Alqueva; Lagos; a região do Oeste; as Serras do Socorro e Archeira; Sintra e Torres Vedras. A lista Top 100 2020 estará disponível no website da Green Destinations.
De referir que os participantes no Top 100 serão convidados a fazer parte do Good Travel Guide, onde poderão contar as suas histórias aos viajantes interessados.
Saliente-se que o Alto Minho, conhecido por ser uma região certificada pela sua excelência natural, foi reconhecida, em julho de 2019, como Green Destinations/QualityCoast Platinum por cumprir a maior parte dos critérios, e em março deste ano considerado o segundo melhor destino sustentável na categoria Melhor da Europa.
De referir, ainda, que cerca de 30 por cento do seu território está incluído na Rede Natura 2000, sendo também a primeira NUTS III de Portugal Continental a possuir o galardão da Carta Europeia de Turismo Sustentável (CETS), concedida pela Federação Europeia de Parques Nacionais e Naturais (Federação EUROPARC).
Serra d’Arga deverá ser Área de Paisagem Protegida no início de 2021
A classificação da Serra d’Arga como Área de Paisagem Protegida de Interesse Regional deverá estar concluída no início de 202l para garantir a proteção daquele território, disse hoje o coordenador do projeto.
Em declarações à agência Lusa, Guilherme Lagido apontou o final deste ano para a constituição de uma associação de municípios, que juntará os concelhos de Caminha, Viana do Castelo, Ponte de Lima e Vila Nova de Cerveira, e para a obtenção de um parecer, pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), sobre o regulamento da futura Área de Paisagem Protegida.
“A constituição da associação de municípios tem de ser submetida à aprovação dos executivos e das assembleias municipais, sendo que estas últimas só reunirão em dezembro. Nessa altura, já teremos o parecer do ICNF. A partir daí, o regulamento entra em discussão pública. Concluída essa consulta, o regulamento será publicado em Diário da República. Acredito que logo no início de 2021 teremos condições para ter a Área de Paisagem protegida formalmente constituída”, explicou o também vice-presidente da Câmara de Caminha.
Em setembro, os executivos municipais dos quatro municípios parceiros no projeto “Da Serra d’Arga à Foz do Âncora” aprovaram, por unanimidade, a constituição de uma associação de municípios com fins específicos para garantir a gestão do território a classificar.
Segundo Guilherme Lagido, antigo diretor do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), “atualmente, os quatro municípios estão a reunir, semanalmente, na constituição da associação, na definição dos seus propósitos, e dos estatutos que a regerão”.
“Além desta fase muito técnica, estamos também a trabalhar no regulamento da futura Área Protegida e a encetar contactos com ICNF no sentido de garantirmos a sua integração, imediata, na Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP)”, especificou.
O mapa da futura Área Protegida “está praticamente estabilizado”, sendo que abrange uma área de 10 mil hectares, dos quais 4.280 hectares encontram-se classificados como Sítio de Importância Comunitária.
Naquela área, “cerca de 90% dos 10 mil hectares da Serra d’Arga distribuem-se pelos concelhos de Caminha e Viana do Castelo, 8% no concelho de Ponte de Lima e os restantes 2% em Vila Nova de Cerveira.
Segundo o Orçamento do Estado, o Governo quer criar em 2020 um ‘cluster’ do lítio e da indústria das baterias e vai lançar um concurso público para atribuição de direitos de prospeção de lítio e minerais associados em nove zonas do país.
A Serra d’Arga é uma das áreas que deve ser abrangida.
Os municípios envolvidos no projeto de classificação consideram que “a Serra d’Arga constitui uma área emblemática, pela vastidão das paisagens agrestes do seu topo e também pela singularidade dos seus valores naturais”.
Apontam os “10 tipos de ‘habitat’ de importância comunitária, a riqueza florística, com 546 espécies de plantas vasculares, incluindo 32 espécies raras ou ameaçadas de extinção, a presença confirmada de mais de 180 espécies de vertebrados selvagens, entre as quais espécies raras e emblemáticas como o lobo, a salamandra-lusitânica e o bufo-real”.
“A Serra d’Arga providencia um conjunto de serviços de ecossistemas que devem ser salvaguardados e potenciados tendo em vista a melhoria do bem-estar das populações locais, a proteção e aumento da biodiversidade, a mitigação e adaptação aos impactes das alterações climáticas, e a reunião das condições de suporte para o desenvolvimento de uma economia verde”, descrevem os quatro municípios no documento que aprovaram a autorizar a constituição da associação responsável pela criação da área protegida.
Consideram ainda que a atual figura de proteção atribuída à Serra d’Arga, Sítio de Importância Comunitária, “em termos práticos, é manifestamente insuficiente no sentido de propiciar as necessárias condições para uma gestão integrada da área por parte dos municípios com a responsabilidade administrativa na mesma, dificultando a definição de uma estratégia conjunta de preservação e valorização do património existente”.
Os municípios envolvidos no processo de criação da área protegida “acreditam que, a exemplo da experiência obtida com a classificação e consequente gestão intermunicipal de outras áreas de Paisagem Protegida de Interesse Regional, a da Serra d’Arga contribuirá para a conservação da natureza e da biodiversidade em presença na serra e por conseguinte no Noroeste Peninsular”.
Geoparque Litoral de Viana do Castelo dispõe oferta educativa através do guia “Recursos Educativos – Recursos Presenciais e Não Presenciais / Ano letivo 2020-2021” do Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal
Já se encontra disponível a oferta educativa do Geoparque Litoral de Viana do Castelo na publicação “Recursos Educativos – Recursos Presenciais e Não Presenciais/ Ano Letivo 2020-2021” do Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal. Este recurso tem como público-alvo os docentes e alunos de vários níveis de ensino, com base nos Programas e Metas Curriculares da Direção-Geral da Educação (DGE).
O roteiro tem como objetivo continuar a dar resposta às necessidades das escolas no que diz respeito às visitas de campo e outras experiências formativas, tendo em conta os cuidados de saúde e segurança a ter dado à situação pandémica atual. Pretende, também, contribuir para o desenvolvimento local por meio de iniciativas que visam salvaguardar e aproveitar ao máximo o património geológico e mineiro existente e promover o conhecimento cientifico.
O Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal é promovido pela Direção Geral de Energia e Geologia – DGEG, pela Empresa de Desenvolvimento Mineiro SA – EDM e da Inovação e do Desenvolvimento, do Ministério da Economia. Também, conta com a participação de trinta e oito outras entidades, entre eles a Câmara Municipal de Viana do Castelo | Geoparque Litoral de Viana do Castelo, os restantes geoparques nacionais, Museus, centros de Ciência Viva, entre outros.
O Geoparque tornou-se parceiro do Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal, em 2019, tendo em conta a importância mineira e geológica evidente nos Monumentos Naturais Locais e sítios da geodiversidade.
Neste contexto, apresenta-se no guia de recursos educativo do Roteiro de Minas diversas atividades presenciais e não presenciais para o ano letivo 2020-2021, que conta com o apoio da DGE na divulgação desta oferta educativa pelos estabelecimentos.
A oferta educativa do Geoparque Litoral de Viana do Castelo está disponível nas páginas 95-100, e pode ser consultada aqui.
Viana aprova criação da Área de Paisagem Protegida Regional da Serra d’Arga
A Câmara de Viana do Castelo aprovou esta sexta-feira por unanimidade, em reunião camarária, a proposta de criação da Área de Paisagem Protegida Regional da Serra d’Arga, que inclui mais quatro concelhos do Alto Minho.
Com aquela decisão, o executivo municipal autorizou o município de Viana do Castelo a “constituir com [os concelhos de] Ponte de Lima, Caminha e Vila Nova de Cerveira, uma associação de municípios com fins específicos que garantirá a gestão futura Área de Paisagem Protegida Regional da Serra d’Arga”.
“Enquanto a nova associação não estiver constituída, será a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho a dar cobertura do ponto de vista do chapéu jurídico”, especificou o presidente da Câmara de Viana do Castelo, durante a apresentação da proposta.
A criação da nova área protegida que “observa o disposto no Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, aprovado no Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de julho”.
A serra d’Arga abrange uma área de 10 mil hectares nos concelhos de Caminha, Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura, Viana do Castelo e Ponte de Lima, dos quais 4.280 hectares se encontram classificados como Sítio de Importância Comunitária.
Segundo o Orçamento do Estado, o Governo quer criar em 2020 um ‘cluster’ do lítio e da indústria das baterias e vai lançar um concurso público para atribuição de direitos de prospeção de lítio e minerais associados em nove zonas do país.
A Serra d’Arga é uma das áreas que deve ser abrangida.
A proposta que o executivo de Viana do Castelo hoje aprovou, refere que “a Serra d’Arga constitui uma área emblemática, pela vastidão das paisagens agrestes do seu topo e também pela singularidade dos seus valores naturais”.
O documento enumera os “10 tipos de ‘habitat’ de importância comunitária, a extraordinária riqueza florística, com 546 espécies de plantas vasculares, incluindo 32 espécies raras ou ameaçadas de extinção, a presença confirmada de mais de 180 espécies de vertebrados selvagens, entre as quais espécies raras e emblemáticas como o lobo, a salamandra-lusitânica e o bufo-real”.
Segundo o documento, “a Serra d’Arga detém um património cultural singular pela sua situação geográfica, mas também pela forma como as atividades humanas foram desenvolvidas, de modo, ao longo do tempo, garantir a sustentabilidade das populações”.
Os cinco municípios envolvidos no processo de criação da área protegida “acreditam que, a exemplo da experiência obtida com a classificação e consequente gestão intermunicipal de outras áreas de Paisagem Protegida de Interesse Regional, a da Serra d’Arga, contribuirá para a conservação da natureza e da biodiversidade em presença na serra e por conseguinte no Noroeste Peninsular”.
A decisão foi tomada na sessão extraordinária convocada pela maioria socialista a pedido dos vereadores do PSD e CDU para discutir o abate de 20 árvores, na avenida do Cabedelo, em Darque, previsto nas obras de construção de uma rotunda de acesso ao porto de mar da cidade.
Campo de Trabalho Internacional intervém no Monumento Natural Local da Ribeira de Anha para travar espécies invasoras
A Câmara Municipal de Viana do Castelo promove entre 31 de agosto e 3 de setembro, um Campo de Trabalho Internacional “que prevê o controlo de espécies exóticas invasoras no Monumento Natural Local da Ribeira de Anha”.
A iniciativa Campo de Trabalho Internacional – Transition Portugal, da Associação Juvenil de Deão (AJD), conta com a colaboração da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Vila Nova de Anha, envolvendo cerca de 20 voluntários de Portugal, Itália, Brasil e Argentina.
Esta iniciativa “prevê ações de controlo de espécies exóticas com comportamento invasor em prol da promoção da biodiversidade e sustentabilidade dos ecossistemas locais”.
A autarquia informou que a área a intervencionar, o Monumento Natural Local da Ribeira de Anha, “é uma das áreas que irá beneficiar da intervenção financiada pelo POSEUR – Recuperação Ecológica de Áreas Classificadas de Viana do Castelo – no valor aproximado de 500 mil euros, e da intervenção protocolada recentemente com a Junta Regional do Corpo Nacional de Escutas de Viana do Castelo, para o mesmo fim”.
“As intervenções em curso e projetadas garantirão no final de 2021 a costa de Viana do Castelo livre de vegetação exótica, permitindo o recrudescimento da vegetação nativa”, disse a Câmara de Viana.
O Monumento Natural Local da Ribeira de Anha corresponde à área envolvente à foz da ribeira de Anha com cerca de 41 ha.
Esta área apresenta “elevado interesse científico, associado à preservação de importantes indícios geomorfológicos e estratigráficos”.
No geossítio está presente um depósito conglomerático clasto-suportado, que se deduz, pela relação estratigráfica, posição altimétrica e fácies, constituir o resto de uma praia de seixos do último período interglaciar (125 mil anos).
Este é, até ao momento, registo sedimentar único do Eemiano na costa de Viana do Castelo, a sul do rio Lima.
No monumento, o testemunho litostratigráfico em conjunto com as plataformas costeiras do último período interglaciar posicionam-se até cerca de 1 metro abaixo dos mesmos registos verificados a norte do rio Lima.
Neste sentido, estima-se que a atividade inversa da Falha do Lima terá provocado o levantamento do setor norte do concelho nos últimos 125 mil anos a uma taxa média de 0,008 milímetros por ano.
O penúltimo período interglaciar (245 mil anos) está representado no monumento sob a forma de geoformas de dinâmica costeira, nomeadamente sapas e marmitas.
As pias salineiras de idade pré-romana também surgem neste local.
Viana do Castelo hasteou hoje 8 bandeiras azuis com praias adaptadas à situação pandémica
O Município de Viana do Castelo ostenta a partir de hoje 8 bandeiras azuis nas praias de Afife, Arda, Paçô, Carreço, Norte, Cabedelo, Amorosa e Castelo do Neiva. O processo de avaliação, mais demorado este ano pela situação pandémica decorrente do COVID-19, envolveu a garantia de situações de detalhe, nomeadamente a existência de salas de isolamento COVID-19 em todas as praias, a sinalética de circulação nos 8 km de rede de passadiços, a limpeza permanente dos sanitários e a regulamentação especial do funcionamento dos concessionários.
Recorde-se que a atribuição de Bandeira Azul implica a garantia de informação e educação ambiental, garantia de qualidade da água, garantia de gestão ambiental sustentável e dos equipamentos e a garantia de segurança balnear.
A costa de Viana do Castelo, com mais de 40 recantos de areia e outras rochas brandas, distribui-se por mais de 24 km. Dotada de 10 troços com qualidade para a prática balnear, as praias de Viana do Castelo são santuários onde a Natureza e a Cultura estão bem conservadas.
Inseridas na Zona Especial de Conservação do Litoral Norte e onde estão classificados 5 dos 13 monumentos naturais de Viana do Castelo, as dez praias têm águas de excelente qualidade e temperatura amena, e são servidas por uma rede de 8 km de passadiços, cuidadosamente mantidos e fundamentais para a garantia das acessibilidades. Estas infraestruturas são essenciais para a proteção dos ecossistemas dunares. A vigilância, assistência e socorro balnear está a cargo da Associação de Nadadores Salvadores Coordenada Decimal, que garante um corpo de 38 nadadores salvadores que opera em conjunto com a Autoridade Marítima, através de 4 viaturas de apoio de assistência à emergência.
Fruto da crise sanitária global provocada pela COVID-19, a Câmara Municipal de Viana do Castelo reforçou os cuidados e a atenção sobre o desenvolvimento da época balnear, tendo sido criados circuitos nos passadiços, protocolada a criação da figura do Assistente de Praia com o Corpo Nacional de Escutas e implementado um sistema que permite a monitorização do estado de repleção dos recipientes de resíduos, e a avaliação da qualidade do serviço dos balneários. Esta rede é de utilização gratuita, assegurando-se a limpeza e higienização, em regime permanente, em todas as praias do concelho de Viana do Castelo.
Foi também desenvolvida a webapp praias.cm-viana-castelo.pt, lançada em junho passado, que disponibiliza informação fundamental, como os pontos de sinistralidade balnear, a lotação da praia e do respetivo parque de estacionamento, os sentidos de circulação nos passadiços, entre outras informações importantes, como os contactos de emergência.
A operação balnear, iniciada em 27 de junho passado e que decorre até 30 de agosto, implicou um investimento direto do orçamento municipal de 403 mil euros.
21 empresas e associações apadrinham Áreas Classificadas do concelho de Viana do Castelo
No âmbito da responsabilidade ambiental, 18 empresas e 3 associações de Viana do Castelo assinaram com a Câmara Municipal protocolos de cooperação para a manutenção e a reabilitação ecológica de Áreas Classificadas do concelho de Viana do Castelo.
Os protocolos têm por objetivo a reabilitação ecológica de áreas classificadas do concelho de Viana do Castelo, em especial os 13 monumentos naturais, através da realização de ações de erradicação e controlo dos agentes bióticos invasores identificados, garantindo o sucesso do crescimento vegetativo das espécies nativas instaladas.
As ações a realizar pelas entidades parceiras – Amavical – Soluções Industriais, Baltor, Beachbowling, BMVIV, BorgWarner, Darque Kayak Clube, Descubra Minho, El.pe – Elisa Pereira e Freitas Lda., ELSPEC, Empresa Dima- Equipamentos Indutriais Lda, Empresa Tobor- Acessórios para a Indústria Lda, Extinsegur, GARANTFREQUÊNCIA LDA, Misturacor, Moviglobal, Nortaluga, Painhas PAGROUP, Sambiental, Surf Clube de Viana, Triauto, Viana Remadores do Lima – irão contemplar a erradicação de invasoras, plantação de espécies autóctones, limpeza de vegetação, limpeza de resíduos e monitorização da área adotada quanto ao crescimento vegetativo e à sinalética de interpretação, apoio e visitação.
No seguimento da implementação da Estratégia Municipal para a Conservação da Natureza, Viana do Castelo dispõe, neste momento, de cerca de 9.000 hectares de áreas classificadas, zonas que preservam valor científico para a biodiversidade (3 sítios de importância comunitária da Rede Natura2000) e para a geodiversidade (13 monumentos naturais). Viana do Castelo é o único concelho do país com a tarefa de inventário, caraterização e classificação de sítios naturais devidamente concluída.
Tendo em conta que as áreas classificadas detêm, para além do valor científico, valor turístico e educativo, a recuperação ecológica destes espaços, nomeadamente no que respeita à erradicação e controlo da vegetação exótica com comportamento invasor é fundamental.
A Câmara Municipal tem em curso uma empreitada financiada pelo POSEUR no valor de mais de meio milhão de euros para a recuperação ecológica de 5 monumentos naturais – Pavimentos Graníticos da Gatenha, Cascatas da Ferida Má, Falha das Ínsuas do Lima, Praia Eemiana da Ribeira de Anha e Cemitério de Praias Antigas do Alcantilado de Montedor.
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Viana do Castelo lança app que envolve cidadãos na identificação de espécies
A Câmara de Viana do Castelo vai lançar, na terça-feira, “a primeira app de ciência cidadã” que pretende “pôr os munícipes a participar em projetos de índole científico, identificando animais, fungos e plantas” de todo o país.
“A plataforma está a funcionar há mais de um ano, numa fase inicial apenas na Internet, e agora evolui para ser uma app, disponível em sistemas operacionais da Android e IOS. O objetivo é que os munícipes possam participar em projetos de índole científico, ajudando a identificar animais, fungos e plantas”, disse hoje à agência Lusa o vereador do Ambiente, Ciência e do Conhecimento na Câmara de Viana do Castelo.
Contactado pela Lusa, a propósito de um comunicado sobre a aplicação enviado esta segunda-feira à imprensa pela Câmara da capital do Alto Minho, Ricardo Carvalhido adiantou que a app “vai dar especial atenção às espécies invasoras, tornando-se numa ferramenta importante de gestão e planeamento municipal com vista à sua erradicação uma vez que passam a estar localizadas as áreas invadidas”.
A nova aplicação, designada BioRegisto, que pretende assinalar o Dia Nacional da Conservação da Natureza, que se assinala na terça-feira, começou em 2018, com base online, registando atualmente “mais de 780 observações que correspondem a 267 espécies registadas e validadas pelos parceiros científicos”.
Estão registados, neste momento, segundo a nota do município, “729 utilizadores na plataforma e já foram carregadas 1.252 fotografias”.
As “espécies com mais observações até ao momento foram o Guarda-rios e o Pica-pau-malhado, ambas com 22 registos cada espécie”.
As aves “são o grupo com mais registos, contando já com 308 observações, seguidas dos insetos, com 122 observações, e dos anfíbios, com 39 observações”.
A aplicação “pretende também que os utilizadores apoiem o município na identificação de espécies exóticas (algumas com claro comportamento invasor, como é o caso da acácia), dados de grande valor para o estudo destas espécies, nomeadamente nas suas formas de controlo e erradicação”.
Na terça-feira, as comemorações do Dia Mundial da Conservação da Natureza integram ainda “a assinatura de protocolos de colaboração entre a Câmara, 18 empresas e três associações, tendo por objetivo a reabilitação ecológica de áreas classificadas do concelho de Viana do Castelo, em especial os 13 monumentos naturais, através da realização de ações de erradicação e controlo dos agentes bióticos invasores identificados, garantindo o sucesso do crescimento vegetativo das espécies nativas instaladas”.
Na nota, a Câmara Municipal adianta estar em curso uma empreitada no valor de mais de meio milhão de euros, financiada pelo Programa Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) para a recuperação ecológica de cinco monumentos naturais – Pavimentos Graníticos da Gatenha, Cascatas da Ferida Má, Falha das Ínsuas do Lima, Praia Eemiana da Ribeira de Anha e Cemitério de Praias Antigas do Alcantilado de Montedor.
As ações a realizar pelas entidades parceiras “irão contemplar a erradicação de invasoras, plantação de espécies autóctones, limpeza de vegetação, limpeza de resíduos e monitorização da área adotada quanto ao crescimento vegetativo e à sinalética de interpretação, apoio e visitação”.