Parque ecológico de Viana do Castelo abre ao público em junho, 12 anos depois

Janeiro 31, 2020
Parque ecológico de Viana do Castelo abre ao público em junho, 12 anos depois

O presidente da Câmara de Viana do Castelo apontou hoje o mês de junho para a abertura, ao público, do Parque Ecológico Urbano de Viana do Castelo (PEUVC), após 12 anos de sucessivos adiamentos.

Com cerca de 20 hectares, o PEUVC foi inaugurado em março de 2008 e, desde então, recebe apenas visitas guiadas para grupos, restrição contestada há anos, quer pelos partidos da oposição quer pela população local.

A maioria socialista na autarquia tem justificado aquele modelo com a necessidade de consolidação e proteção do parque. Situado junto ao rio Lima, na zona da caldeira de marés das antigas Azenhas Dom Prior, aquele parque é uma das obras emblemáticas do Programa Polis, que investiu dois milhões de euros na recuperação daquela área.

Questionado pela Lusa, à margem da reunião camarária de hoje que aprovou, por unanimidade, o regulamento PEUVC, José Maria Costa adiantou que o município “irá tentar” realizar a abertura ao público no dia 05 de junho, Dia Mundial do Ambiente.

O regulamento hoje aprovado vai ainda ser submetido à apreciação da Assembleia Municipal, seguindo depois para publicação em Diário da República.

A proposta de regulamento foi aprovada pelo executivo em maio de 2018 e esteve em consulta pública entre junho e julho desse ano, com o objetivo de permitir a abertura daquele espaço à comunidade.

Na apresentação do texto final do documento, hoje, ao executivo municipal, o vereador do Ambiente e Biodiversidade, Ciência, Inovação e Conhecimento, adiantou que desde 2018, foram investidos naquele espaço mais de 379 mil euros.

Ricardo Carvalhido disse estar em curso a terceira fase de “reabilitação e funcionalização” do PEUVC que inclui a “recuperação de quatro quilómetros de caminhos pedonais numa área superior a 3.500 metros quadrados”.

A implementação das medidas de autoproteção, a colocação de sinalética informativa e de emergência, de um sistema de comunicação por altifalantes, de contagem e controlo de utentes e da rede Wi-Fi, são outras as intervenções em a decorrer.

As obras contemplam ainda a criação de “uma área de estufa para propagação de espécies autóctones, de um edifício de apoio, de um borboletário e de um armazém de apoio”.

Nas fases anteriores, referiu, “foram recuperadas as estruturas dos observatórios da fauna e flora, as travessias pedonais, a rede de passadiços, e a recuperação de guias dos caminhos pedonais”. Foram realizadas obras de “conservação da estrutura de apoio agrícola ao parque, dos parques de recreio, e lazer e da área arqueológica”.

Após a aprovação do regulamento, a vereadora da CDU, Cláudia Marinho, congratulou-se com a concretização de uma “batalha” antiga do partido.

“Finalmente, o nosso parque vai ser aberto às pessoas, sem marcação prévia”, referiu a vereadora comunista.

O PEUVC “é um espaço dedicado ao recreio e lazer, e a atividades de educação ambiental, e de investigação científica e conservação da natureza, integrado no Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA)”.

O regulamento refere que espaço funcionará “de terça-feira a domingo”, o entre “21 de setembro e 20 de março e entre 21 de março a 20 de setembro”.

Naquele documento, a autarquia da capital de distrito define que o acesso ao PEUVC “poderá estar sujeito ao pagamento de uma tarifa cujo valor é fixado pela Câmara Municipal.

Os utilizadores “poderão ser distinguidos por categorias, entre elas a de Público, Amigo do Parque, para todos os que adiram ao programa “Amigo do Parque”, e de Empresa Amiga, destinada a todas as entidades coletivas que contribuam com um donativo ou que patrocinem atividades, eventos específicos ou ações de melhoria do PEUVC”.

É ainda criada a figura do “Benfeitor” do PEUVC, para distinguir “toda a pessoa singular que contribuir com um donativo”.

O PEUVC integra a Rede Portuguesa de Estações da Biodiversidade e é o primeiro Parque de Halófitas em Portugal.

Recebeu o Prémio Nacional de Arquitetura Paisagista, na categoria de Parques e Jardins, em 2009, cujo projeto é da autoria da arquiteta Ana Barroco.

Em 2011, recebeu uma menção honrosa na categoria de Melhor Serviço de Extensão Cultural dos Prémios APOM 2011, atribuídos pela Associação Portuguesa de Museologia.

Fonte: ominho